Negra é a tinta que escreve o meu destino tal como o é a sombra que sou !
Não
me arrependo de gostar da luz, nem de a ter tentado tocar ou de o
continuar a tentar por muito que me desfaça, será talvez ironia do
destino que sejamos ambos cegos cada um á nossa maneira, um pouco
perdidos por tal também nesta nossa vida.
Talvez
me arrepende eu do que não é mas que virá a ser um dia espero eu, mas até a sombra tem
um coração e a luz...a luz, essa coisa que me aquece, cega todos para
que ninguém veja o seu, mas nesta coisa que se chama de vida, nas
semelhanças e disparidades, vislumbrei tal coisa eu um dia, penso até
que o senti, não existe como fugir de tal coisa.
Fugir,
por muito que esteja desvanecida esta sombra, nunca será uma opção,
algo que se aprendeu cedo com sombras que já cá não estão, sombras que
fugiram da sua luz, e, no fim, aquando tudo se desmoronava, de nada mais
se arrependeram senão de fugirem, quem sabe até a sua luz tenha feito o
mesmo.
Mas
esta sombra não acabará assim, não o permitirei a mim mesmo, talvez me
despedace na luz, talvez não, talvez acabe os meus dias sem nada ou com
tudo, mas não os acabarei com arrependimentos destes.
Que vida vazia isso seria, tão oca, tão desumana, aqui não existe tristeza, existe emoção, porque para sermos mais do que somos, temos que primeiro ser humanos !
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